Então, aí está o primeiro passo para deseducar seu filho: a falta de disponibilidade para aprender. Filho não é igual cachorro que você treina para ser obediente, pelo contrário, para educá-lo é necessário dedicar-lhe tempo, demonstrar afeto, estimular seu aprendizado e motiva-lo a desenvolver suas próprias capacidades. E mais, para realizar com excelência essa tarefa o pai tem que estar disposto a também aprender com o filho, aprender a conhecê-lo, criar uma relação de confiança mútua, prestar atenção em suas singularidades, ouvi-lo em suas indagações, compartilhar de seu universo, saber de seus sonhos e aspirações.
Pais que pensam já saber tudo sobre como educar os filhos, na verdade têm preguiça de aprender, acomodam-se ao modelo com que foram educados. É bem mais fácil acreditarem que o que funcionou para eles também funcionará para os filhos, do que aprimorar-se ou investir em algo novo e mais adequado à realidade presente. Depois, se algo der errado, é só culpar o modelo e lamentar a sorte. Aliás, o modelo de educação que muitos pais teimam em repassar aos filhos é pródigo em ensinar a responsabilizar os outros pelos seus fracassos e inadequações. Conclusão: o segundo passo para deseducar seu filho é não ensina-lo a pensar por si próprio e nem ser responsável pelas suas escolhas.
Dito isso, claro está que em sã consciência nenhum pai tem a pretensão de deseducar seu filho, a não ser que seja portador de algum desvio imenso de personalidade. Ocorre, porém, que inconscientemente, levados pela falta de conhecimento ou informação, muitos acabam por fazê-lo, já que ao optarem pela lei do menor esforço acabam repetindo modelos educativos já superados que mais deseducam que educam. Portanto, não há como fugir à conclusão de que para serem bons educadores os pais precisam estar disponíveis também para aprender. Pais e filhos são companheiros de uma mesma escola. Os filhos, por sua vez, são como espelhos, refletem o que herdaram dos pais.
Boa Reflexão e viva consciente.
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