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Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
fabiobritocritica@gmail.com
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
 
Campo Grande: um destino promissor, se levado a sério
12/05/2010
 

Obra de Araci Marques Vendramini

Representantes do Mercado Municipal

A poluição visual e o descaso das autoridades

Venda de bebida alcoólica com segurança

Um comprometimento com a estética

Sujeira e descuido em ponto turístico

- Campo Grande, 15h30. O tédio busca instalar-se em meu cérebro. O céu está encoberto. As nuvens espessas, cinzas, tornam o clima ameno. A luz suave e difusa não consegue alegrar o dia. Entretanto para minha posterior alegria no Mercado Municipal, um centro comercial limpíssimo, os produtos parecem desfilar as exuberâncias sul-matogrossenses e do centrooeste brasileiro de forma ordenada e estética dentro de um espírito de civilidade e de harmonia entre os proprietários das bancas.

Esforços de preservação do patrimônio

- “Posso fotografar? Estou registrando imagens para o nosso artigo BrasilZÃO. Lhe encaminharei um exemplar do jornal. Para onde devo enviá-lo?”. Dessa forma fui me aproximando e dialogando com aquelas pessoas de sorriso pleno, dentes alvos, tez mate, cabelos lisos e escuros, olhos puxados os quais declaravam a mestiçagem onde ainda predomina o sangue indígena. Medicamentos para cuidar da próstata, chapéus de palha, relógios incrustados em esculturas de madeira tendo como inspiração a cara bovina, salgados e pastéis fritos, ervas aromáticas, chimarrão, vidros de pimenta e de compotas, artesãos da carne vestidos de um branco impecável, licores, legumes dispostos artisticamente, objetos artesanais em chifres bovinos, panos de prato com motivos ecológicos – fauna e flora – facas e facões, piranhas secas e empalhadas, botas de couro, erva de erechim, chaveiros com imagens de papagaios e de tuiuiús, tucanos minúsculos empoleirados em um toco de madeira, porquinhos de cerâmica, sapos sorridentes...

Onça Pintada de Julio César Nunes Rondão

- Cruz Credo, você bebeu?

- Bebi: água mineral com gás e suco de tamarindo. Cafezinho adocicado para concluir o almoço. Continuei perambulando pelas ruas da cidade sul-matogrossense. Por todo lado a publicidade ostensiva, infelizmente, encobria fachadas antigas de casas singelas que representam uma época de ocupação. Campo Grande abriga nos dias de hoje oitocentas mil pessoas em seu município. À esquerda um prédio alto e inacabado. À direita outro “elefante branco”. Aparentemente não há um plano diretor que oriente as construtoras a respeitarem a altura ideal e programada das edificações, os projetos arqitetônicos não seguem nenhum padrão estético que contribua visualmente com “ares regionais” em suas fachadas.

Obras inacabadas, uma má imagem de Campo Grande

- E as suas reuniões profissionais, como ocorrem?

- Muito bem. As pessoas são gentis e interessadas. Existe uma consciência verdadeira quanto à necessidade de auto-afirmação do Estado como uma região cultural com identidade própria. Se houver interação e diálogo entre as comunidades, o Mato Grosso do Sul deverá despontar como uma das Unidades Federativas mais empolgantes da nação brasileira. Entretanto fica a desejar o compromisso com a estética no mobiliário urbano e nas construções de sua capital, ainda simpática!!!...

 
 
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