- Bom dia meu amigo. O que faz nesta manhã ensolarada em Belo Horizonte?

- São 9 horas. 22 de Junho de 2010. À minha esquerda avisto o antigo Palácio do Governo. À direita, as palmeiras imperiais majestosas que parecem homenagear a capital e os seus habitantes. Entretanto minha mente está voltada para Areias, uma das relíquias históricas paulistas, que era considerada “Cidade Morta” pelo escritor Monteiro Lobato.

- Areias é linda. Os historiadores afirmam que Dom Pedro I hospedou-se ali antes de dirigir-se para São Paulo, onde proclamaria a Independência do Brasil.

- Durante anos Areias foi referência por todo o Brasil, pois durante o Ciclo do Café reconheciam o seu pioneirismo por ter sido a primeira localidade a cultivar o “ouro verde” na região.

- Falemos um pouquinho sobre a evolução da Freguesia da Paraíba Nova, que surgiu em 26 de janeiro de 1748, e mais tarde seria denominada de Areias. Tratava-se de um ponto de pouso para os valentes tropeiros que seguiam caminho por Guaypacaré (Lorena) e Campo Alegre (Resende) para chegar ao Rio de Janeiro, capital imperial.

- Distrito da Paz, futura denominação da Freguesia da Paraíba Nova, foi transformada em Vila em 28 de novembro de 1816 e passou a chamar-se São Miguel de Arêas. Como foi a única vila criada por Dom João VI em terras paulistas, decidiu-se homenagear Dom Miguel, filho do monarca.

- No período do auge da economia cafeeira, Areias chegou a ser o principal produtor de São Paulo. Floresceram então os belíssimos casarões, residências dos fazendeiros abastados que tinham como modelo cultural e comportamental a Europa. Instalou-se então a Civilização do Café.

- Em 24 de Março de 1857, Arêas passou à categoria de cidade. Com o passar dos anos tornou-se Areias.

-Nossa! Eu sempre imaginei que por estas bandas existissem vastos areiais e por isso então a cidade teria esse nome.

Não diga bobagens, sei que conhece bem a pacata e hospitaleira Areias. Sua Igreja Matriz foi construída entre 1792 e 1874. Sant'Ana é a sua padroeira e pelas ruas da histórica e deliciosa cidade apreciamos construções seculares, as quais sobreviveram à fúria capitalista e desordenada do setor imobiliário paulista. A Casa da Cultura, a Casa da Câmara e Cadeia, entre outros vestígios elegantes, constituem o belíssimo acervo das edificações que merecem ser visitadas pelo viajante curioso e culto.