15 de agosto de 2010, domingo, 15 horas. Estávamos no Parque Dr. Fernando Costa (Parque da Água Branca) que desde 1929 é local de exposições, de provas zootécnicas e de passeios de familiares e amigos que desejam ter um pouquinho de contato com aspectos da vida rural nesta Metrópole que abriga mais de 10 milhões de habitantes em uma vida dinâmica, frenética, tensa e multicultural.

Desde 1996 o Parque da Água Branca é tombado como patrimônio arquitetônico e cultural, o que preserva seus aspectos originais contra a fúria constante de descaracterização dos espaços históricos deste país.

Neste último final de semana ocorreu a Feira Nacional de Turismo Rural. Representantes de vários Estados compareceram ao evento e puderam participar de uma série de palestras ministradas pelos pioneiros dessa modalidade de lazer os quais, de forma heróica, lutam para que os habitantes das grandes cidades e de outras localidades descubram atividades sadias em contato com a Natureza e através do Turismo Rural.

Foram apresentados os principais destinos turísticos nas diferentes regiões, além de uma interessante exposição de produtos artesanais e de culinária típica, comprovando a qualidade e a criatividade das pessoas que ainda conseguem viver de uma forma tranquila, sem as interferências constantes que ocorrem no dia-a-dia de uma grande metrópole.

Através da presença do Secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo iniciou-se, pela sétima vez consecutiva, o evento. Muito bem organizado, buscava dar maior visibilidade ao setor primário, ainda desconhecido da maior parte da população.

Enquanto os visitantes se deslocavam, de um canto para o outro do Parque, animais domésticos (galos, galinhas, pavões, cavalos...) levavam a vida de forma totalmente adaptada neste oásis que fica na zona oeste da capital paulista.

- Houve música?

- Sim senhor, os violeiros do Parque, tradicional grupo de música autêntica brasileira, apresentaram o Hino Nacional e outras canções caipiras e sertanejas que pareciam lamentar a mudança radical que ocorre neste País o qual, aos poucos, tem a sua face cultural desfigurada.

- E o artesanato? Você conseguiu encontrar algo que o estimulasse a levar para casa?

- Como sabe, eu tenho paixão por tudo o que é realizado com liberdade e espírito criativo. Encontrei algumas peças, as quais me trazem memórias que estavam resguardadas em meu cérebro, pois espontaneamente convivi com o mundo rural ao habitar uma fazenda no interior paulista, entre as cidades de Araçatuba e Pereira Barreto.

- De que maneira você está contribuindo para divulgar a vida no campo?

- Tivemos o privilégio de publicar os Guias de Turismo Rural dos Estados de Minas Gerais e São Paulo. No presente momento, estamos preparando ainda um projeto similar para a Bahia e o Rio de Janeiro.

Em 2009, em harmonia com o fotógrafo Fábio Knoll, percorremos o Brasil para apresentar manifestações, história e cultura de Fazendas, Estâncias e Engenhos espalhados no território brasileiro. Publicamos um livro que tem fascinado a todos pela plástica e, sobretudo, pela tradição e harmonia dos aspectos da vida rural no Brasil. Acreditamos que o turismo em áreas rurais, próximo à natureza, possa contribuir para que as pessoas compreendam melhor a efêmera passagem pela vida humana.