- Você finalmente conseguiu embarcar para Paris?
- Sim. Entretanto, por causa das confusões causadas pela operadora Decolar.com e a companhia aérea TAP quase fico em São Paulo, sem poder seguir rumo a Paris. Estávamos em pleno domingo de Carnaval e confesso que até me entusiasmei com a possibilidade de seguir para o Sambódromo.
- Trocar Paris pela Vai-Vai?
- Não se trata de comparar, pois são realidades tão distintas que não consigo tecer nenhum comentário sobre sua pergunta. A Vai-Vai...
- Foi campeã, não é mesmo?
- Campeã mesmo é a nossa adorável Cidade Luz. Estive em Paris pela primeira vez em dezembro de 1972, após passar pela Espanha do general e ditador Franco. Emocionei-me ao pisar em solo barcelonês em pleno inverno e extasiei-me com a elegância de Paris nos dias frios de há 39 anos atrás. O Hotel de Senlis, próximo do Jardim de Luxemburgo, nos abrigou: a argentina Marily del Giorgio, o uruguaio Edgardo (não me recordo o seu sobrenome) e eu, jovem inculto de classe média e fruto dos anos tenebrosos do regime militar brasileiro.
- Por que seguiu para Paris? Há tantas outra cidades bonitas pelo mundo.
- Não, não há. Paris é única, majestosa, encantadora e intrigante. Paris é uma caixa de surpresas, um delírio para os sentidos, um deleite para as almas nobres, um apetite para os exigentes paladares, um ninho para os amantes.
- Constato que a sua visão de Paris é pueril, infantil. Os parisienses são agressivos, mal educados, sujos, mal humorados e extremamente arrogantes.
- Discordo totalmente de você. A França e portanto Paris, é o berço das idéias, da tolerância, da evolução e do questionamento da existência e do comportamento do animal racional denominado ser humano.
- Estive também em Paris várias vezes, confesso não compreender essa sua paixão desenfreada por essa terra de neuróticos, que não gostam de tomar banho e apreciam queijos velhos e fedorentos e vinhos esquecidos pelo tempo.
- A Franca não é para qualquer um meu caro amigo. Para melhor compreender e assimilar a civilização francesa aconselho-o a ler Guy de Maupassant, Gustave Flaubert, Emile Zola, entre outros gênios da literatura, que tão bem descrevem os segredos e o espírito da vida em Paris.
- Pelo que sinto, teremos dificuldades em dar sequência ao nosso diálogo. O que propõe para que possamos evoluir em nossa conversa sobre Paris?
- Sugiro que vença os preconceitos contra os franceses e a sua civilização, que aceite as diferenças ou pelo menos tente compreendê-las. Proponho também que vá comigo à Franca, que desbravemos Paris e os arredores para finalmente chegarmos a uma conclusão mais ampla sobre a realidade local. Paris é maravilhosa !!!!!!!!
- Eta bicho colonizado sô. Credo !!!! Varginha é muito, mas muito melhor. Concorda?.
“- Fous moi la paix ignorant....”
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