Infelizmente na rota existencial de muitos indivíduos, devido ao modo pelo qual foram educados, ou deseducados, é quase que natural esse apego ao passado. Pois estranhamente aprenderam com pais, familiares e outras fontes externas, a superestimar as ocorrências dolorosas e desconfortáveis, e a desvalorizar tudo aquilo que foi bom, promovendo, com isso, a anulação das satisfações que foram vivenciadas. Em sendo assim, não deixa de ser uma estranha alquimia esta de transformar o passado em toda a sua inteireza numa espécie de mochila de pedras que, ao ocupar o presente, subtrai da pessoa as energias que poderiam ser gastas para transformar o ato de existir em algo mais prazeroso e leve.
O que, às vezes, nos parece tão óbvio, parece-me não ser assim tão evidente, pois, a obscuridade que esse acúmulo de passado causa em termos mentais e emocionais principalmente, é o que faz, por exemplo, que indivíduos com grandes possibilidades de sucesso permaneçam estagnados e improdutivos. Deixando que o tempo presente que lhes é precioso se esvaia causando a sensação de que nada pode ser feito para mudar o que deve ser mudado. Motivo pelo qual alguns passam sistematicamente a culpar o destino, a má sorte e outras tantas situações e crenças para justificar o abismo que não cansam de cavar para si próprios ao permanecerem nesse doentio culto ao que já passou.
Será tão difícil assim compreender, que fora do tempo atual não há objetivamente o que fazer para aliviar os estragos que possam ter sido gerados no passado? Que só ações responsáveis e conscientes no presente podem gerar algum ganho existencial vindouro? Pois bem, difícil ou não este é o desafio a ser aceito por aquele que deseja estabelecer para si um patamar existencial rico em realizações benfazejas e abundantes.
Não há mágica ou segredo, o caminho é diluir, digamos assim, a presença e a influência do passado no presente, e isso passa, necessariamente, por uma consciente aceitação do dele como elemento de aprendizado. Ou seja, transformar as vivências passadas em uma fonte de conhecimento de si mesmo e do universo à sua volta como um todo. É esse desapego do passado que pode transformar o que antes era pesado e doloroso, em um farol a iluminar e dar clareza ao presente e a tudo quanto possa ser realizado de agradável e satisfatório. O presente vivido com leveza liberta a mente, a alma e o corpo, para que haja um renascer vigoroso da vida em toda sua plenitude e potencialidade.
Boa Reflexão e viva consciente.
Siga o Varginha Online no Facebook, Twitter
Varginha Online - © 2000-2024