Arara, arara, arr, piau, piau, thic, thic, creu, creu!!!
Revoadas de pássaros, conjunção de vozes destes seres livres ao deflorar os azules do céu sul-mato-grossense.
O horizonte recortado por manchas verdes de vegetação de cerrado, em suas linhas tênues e levemente onduladas, sob a anúncio do entardecer. Nuvens quase imóveis no silêncio profundo e propício à reflexão.
Uma brisa suave acariciava minha face e desenhava pequenos círculos, simultaneamente, nas águas límpidas e pouco profundas da lagoa de onde submergiam as mensagens de paz que possuíam meu peito outrora angustiado e ofegante.
Minúsculas formigas, em seu labor, carregavam de forma ordenada, pequenos pedaços de folhas da relva que atapetava aquela porção de margem da lagoa.
Os atarefados seres iam, vinham , voltavam, retornavam em um longo trajeto curvilíneo e sinuoso que desembocava na entrada do subterrâneo formigueiro. Trabalhavam em desordem aparentemente organizada, sob as ordens da generosa mãe Natureza, obra do desconhecido, reflexo da energia do "estar vivo".
- Agnóstico sim senhor! Não me interrompa!
A noite estava anunciada por bandos de garças que chegavam em grupos, em trios, em duplas, sozinhas, e iam se acomodando nos galhos secos, dormitórios, no alagado do Buritizal vizinho à capital sul-mato-grossense e em um espetáculo digno de contos de fadas ou do surreal universo terrestre em seus mistérios intrigantes onde reina o encantamento pela vida animal e vegetal!
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