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Coluna | Periscópio
Wender Reis
wendernew@hotmail.com
Pedagogo e Orientador Social, curioso observador de tudo que causa espanto no mundo.
 
Como nossos pais
07/03/2017
 
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Não quero lhe falar, meu grande amor... 

Mentira, quero sim. Quero falar para você, filha, que ainda não chegou ao mundo e a não ser que o destino me contrarie, não nascerá antes de 2020. Falar também para suas futuras amigas e amigos, falar para sua mãe, para os amigos e amigas dela, para nossas famílias, para mim mesmo. 

Filha, não quero ver você nascendo para herdar meus traumas e os de sua mãe. Não te quero presa aos grilhões que nos aprisionam, que nos faz hipócritas, que, por muito, nos faz mesquinhos. 

Não quero ter que escrever uma canção te acusando de amar o passado e não perceber o novo. Seja o novo, minha criança. Não seja saudosista de nenhuma época, viva sempre no presente. 

Guardo a esperança de que entenda os perigos na esquina para quem ousa transgredir os ideais retrógrados de uma sociedade corrompida. Torço para que entenda cedo a importância da luta, de não se conformar com as injustiças do mundo.  

Se existem coisas para serem feitas, faça! Reclamar de tudo sem agir de nada vai adiantar. Não adianta sonhar sem viver!

Não quero te dizer resignado que o sinal se fechou para sua juventude. 

Filha, o futuro melhor que seus avós lutaram para dar a nossa família, reconheço que muitas vezes não condiz com meu comportamento conformista, que eu mesmo tanto critiquei neles. 

Meu sim para uma vida em que você supere os ideais de uma juventude tão alicerçados no acúmulo de ganhos materiais. Não se mate e não se venda para somar o vil metal. 

Meu amor, espero que amadureça percebendo, sim, que o mundo é uma constante, que as circunstancias se repetem, porque é feito de gente que se acomoda e de gente que luta por mudança. 
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