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Coluna | Periscópio
Wender Reis
wendernew@hotmail.com
Pedagogo e Orientador Social, curioso observador de tudo que causa espanto no mundo.
 
Nós à deriva: instituições em crise
26/05/2017
 
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“A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”. Desde que ouvi essa expressão pela primeira vez, sempre fiz questão de localizar minhas ideias e reflexões nos lugares onde assento os pés. Hoje, sou um professor de escola pública, amanhã, talvez esteja em outro lugar e, certamente, ao contrário do que faço agora, pensarei menos em escola. Portanto, não me permito começar um desabafo sobre as crises sem ser pela escola. Discutimos dia após dia, formal ou informalmente, na sala dos professores ou na feira, os motivos de nossas expectativas em relação ao aprendizado dos estudantes não se tornar real. O Brasil está em crise e grande parte de suas instituições-produto também está. A escola é uma delas. 

A escola, em crise, não se reconhece na imagem desajustada que um sistema falido projeta. Perdida, parece não ter percebido ainda que, como imagem reflexo de um sistema, deve subverter a ordem e fazer o caminho inverso, qual seja, se projetar no projetor. Isso poderia mudar muita coisa, principalmente em termos de cidadania e representatividade. 

Falar na istituição escola remete a instituição família (vírgula), tradicinal, que também atravessa uma crise. Por não mais se sustentar como modelo hegemônico; por não compreender e aceitar a irrefreável marcha da diversidade; por insistir em se erguer unicamente sobre os preceitos de outra instituição, a religião, especialmente aquela que tem tentado tomar conta do Estado. Enquanto este cenário persistir, a crise continuará.

Listar as instituições em crise no páis geraria uma lista sem fim, pois ainda estamos caindo e não encontramos o chão. Por falar em chão, me lembrei de trabalho, de sindicato, este segundo também enfrenta crise e a maneira como o conhecemos talvez não sobreviva no final. Já faz tempo que os sindicatos têm dado bastante evidência para desconfianças. Afinal, eles representam as suas classes ou seus núcleos administrativos? 

Impossível não pensar na instituição Congresso quando se fala em representatividade (parênteses para dizer que é dispensável discorrer sobre o que é senso comum no Brasil a muito tempo) porque os que lá estão representam a si próprios e, mesmo oportunistas como o deputado Jair Bolsonaro que se apropria de ideias radicais que circulam destilando ódio por aí, apenas as materializa em beneficio próprio, pois em termos políticos é ideológicamente medíocre e ignorante. 

Mas eu não poderia terminar com pessimismo, pois existe sim instituições que não estão em crise. Aliás, essas não conhecem crise no Brasil: instituições financeiras, leia-se os bancos. 
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