"Confiar nas próprias ideias e saber-se merecedor da felicidade é a essência da autoestima" Nathaniel Branden
É comum pessoas avaliarem sua autoestima, ou a dos outros, por aspectos meramente aparentes, como a posse de bens materiais, poder, aparência física, dotes intelectuais, etc. O que é um grande equívoco, uma vez que a autoestima por ser um fenômeno interno, íntimo e, às vezes, inconsciente, só se torna visível quando se observa o comportamento do indivíduo, os valores que pratica ou a qualidade das suas escolhas. Por exemplo, indivíduos com baixa autoestima costumam perpetrar atitudes autodestrutivas, se autodesvalorizar, desqualificar os outros, fazer críticas destrutivas ou fofocas, cometer ações imorais, Ilícitas ou antiéticas.
Entre as prováveis causas ou pré-disposições da baixa autoestima estão o trauma do nascimento, a rejeição parental (provocada pelos pais ou seus substitutos), o modo negativo de educação e o desejo inconsciente de morte. Esta última, por exemplo, faz-se presente quando a pessoa pratica constantemente ações autodestrutivas pondo em risco sua própria vida.
Partindo dessas premissas, vê-se que a autoestima é algo muito mais profundo e sério, indo além da superficialidade com que às vezes é tratada pela mídia em geral que, por exemplo, banalizam o assunto visando estimular o consumismo, associando-a ao ato de possuir este ou aquele bem material. Até mesmo alguns livros de autoajuda propõem fórmulas miraculosas ao tratar do tema. Porém, pecam pela subjetividade e pela falta de conteúdo das suas fórmulas, às vezes, apresentadas como “mágicas” para aumentar a autoestima.
Então, eis a questão: Como transformar a autoestima? Em síntese pode-se dizer o óbvio, é necessário mudanças de hábitos ou posturas, tanto mentais como práticas. Porém, importa saber que isso só se tornará possível quando houver da parte de quem deseja mudar, uma sincera e profunda motivação para investir na qualidade das suas escolhas em todas as dimensões da sua vida.
Entre os passos para realizar esta tarefa com sucesso, destacam-se:
• Autoconhecimento – Ato de voltar-se para o conhecimento de si mesmo, visando despertar interiormente suas qualidades e entender os seus limites e deficiências como desafios a serem vencidos através de ações afirmativas; através do autoconhecimento é possível adquirir autoconsciência, o que significa ter uma visão racional de si mesmo;
• Autovalorização – Aprimorar o conceito de valor que dá a si mesmo;
• Autoconfiança – Aumentar o grau de confiança em si mesmo alimentando sua competência pessoal;
• Autorrespeito – Respeitar seus valores, convicções e desejos. Ser autoafirmativo e autêntico;
• Viver conscientemente – Desenvolver a compreensão de que é merecedor do melhor e tornar suas escolhas conscientes;
• Ajuda qualificada – Ao perceber dificuldades na busca por melhorar sua autoestima, ao invés de sentir pena de si mesmo, a melhor opção é buscar ajuda...
Vale lembrar ainda que ao agir positivamente a seu favor, você estará contribuindo essencialmente para que o amor que tem por si mesmo potencialize suas habilidades para obter equilíbrio existencial.
*Nathaniel Branden, americano, psicoterapeuta e escritor, conhecido por seu trabalho na psicologia da autoestima. É autor de diversos livros sobre autoestima, entre estes, Autoestima – como aprender a gostar de si mesmo, publicado pela Editora Saraiva.