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Coluna | Periscópio
Wender Reis
wendernew@hotmail.com
Wender Reis é pedagogo, mestre em Gestão Pública e Sociedade pela Unifal/MG, Analista de Educação no Sesc MG e apresentador do programa Bem Brasil na rádio Educativa Melodia FM. Atua na articulação entre educação e cultura em Varginha.
 

O público do privado e o privado do público
05/06/2019
 
O dicionário Aurélio define privado como aquilo que não é público, ou seja, que é particular, próprio de alguém ou relacionado a sua intimidade pessoal. Portanto, privado é diametralmente o oposto de público, pois público é aquilo que é de todos, que se refere ao povo em geral, que é conhecido por todos. 

A história, que é a reunião e análise das informações ou dos conhecimentos sobre o passado e sobre o desenvolvimento de um povo e de sua cultura, mostra que o Brasil, oficialmente uma República Federativa, o maior país da América Latina, o quinto maior do mundo em território e o quinto em população, enfim, a história mostra que esse Brasil, desde o seu processo de colonização, estabeleceu uma cultura onde os interesses privados, ou seja, particulares, se impõe sobre os interesses públicos, ou seja, do interesse de todos. Foi assim que exploramos nossas riquezas no passado e é assim exploramos o que ainda nos resta no presente (ver mineração). 

A escola, estabelecimento destinado ao ensino coletivo, onde inclusive estuda-se história, aliás, pode ser pública ou privada. No caso da pública, deve acolher a todos indistintamente, pois é um direto de todos. Direito, aqui, neste caso, trata-se daquilo que é garantido ao indivíduo por lei. No caso da escola privada, tem acesso aqueles que estão dispostos a contribuir com alguma quantia em dinheiro para receber o ensino ofertado por tal instituição. 

A universidade, instituição de ensino e pesquisa constituída por um conjunto de faculdades destinadas a promover a formação profissional e científica de nível superior, também pode ser pública ou privada. No caso da pública, deve oferecer “oportunidades iguais para que todos tenham livre acesso aos seus processos seletivos”. No caso da privada, tem acesso aqueles que estão dispostos a contribuir com alguma quantia em dinheiro para receber o ensino ofertado por tal instituição. 

Na universidade pública ninguém precisa contribuir com qualquer tipo quantia para ter acesso ao estudo, exige-se, no entanto, que aquele ou aquela que pretende ingressar em algum curso tenha tido acesso a uma educação de qualidade durante sua formação na infância e adolescência. 

Na República Federativa do Brasil, as avaliações mostram que a escola pública é bem pior que a escola privada, portanto, não oferece uma educação de qualidade, logo, quem mais tem acesso a universidade pública, são estudantes de escolas privadas. E quem mais financia universidade privada é quem estudou em escolas públicas. 

Como o óbvio precisa ser dito sempre, mesmo que existam aqueles que insistem em não querer ouvir, vale dizer que os maiores interessados no empobrecimento da educação pública de qualidade, seja na escola ou na universidade, são os representantes de interesses privados. 

Obs.: as melhores escolas e universidades são públicas e federais. Isso é um dado factual, não uma opinião.
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