Creio ser conveniente destacar que, infelizmente, quase todos nós possuímos um padrão de carícias que, em alguns casos, chega a ser miserável. Geração após geração, por termos recebido muito pouco afeto, estamos empobrecendo cada vez mais o nosso padrão afetivo. Hoje se pode afirmar sem medo de errar, que vivemos num tempo em que a autodesvalorização é comum; acreditamos muito pouco em nós mesmos e deixamos de destacar o que possuímos de positivo e bom. E daí a valorizar o outro então, nem se cogita.
A maioria das pessoas vive num cotidiano pobre de estímulos positivos; parecem, às vezes, prisioneiras de um modelo existencial onde só existe lugar para o sofrimento ou a melancolia. Pessoas consideradas jovens, já parecem tão velhas de tanto que submetem as suas vidas a padrões negativos de viver. Outras encaram o seu existir de maneira tão penosa, que até se comprazem em justificar na religião ou em outro tipo de crença, a origem das suas dificuldades existenciais. Quando na verdade, embora não gostem de admitir, o que falta é assumir a responsabilidade pelas suas vidas e decidirem o que desejam realmente e transformarem-se em pessoas com maior amor por si mesmas.
Não existe fórmula mágica capaz de transformar a vida de quem quer que seja de uma hora para outra. É preciso exercitar o esforço, a perseverança, para dar um novo rumo à existência quando assim se deseja com sinceridade. Em termos da transformação da autoestima, que é a mola mestra de qualquer mudança significativa que desejemos, a mudança do nosso padrão afetivo é fundamental, pois, são os estímulos positivos que vão nos nutrir emocionalmente e motivar a nossa autovalorização; a nossa autoconfiança e o nosso autorrespeito.