“Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.”
Renato Russo
Uma das situações mais angustiantes que já enfrentei em minha vida durante muito tempo, foi a de dizer “sim” quando desejava dizer “não”, e vice-versa, ou seja, dizer “não” quando queria dizer “sim”. Levei mais de 30 anos da minha existência com medo de ser autêntico, de ser verdadeiro.
Depois de muitas frustrações e muito sofrer, conclui que eu mesmo tornava minha vida mais difícil quando não assumia com convicção meus valores, vontades e anseios. Aprendi mais: sendo autêntico passei a sentir-me em paz comigo mesmo e, livre de disfarces, evolui como pessoa; minhas escolhas e meus relacionamentos ganharam mais qualidade, minha autoestima cresceu e minha vontade de viver foi revigorada.
Sendo autêntico passei, também, a compreender melhor as outras pessoas e, com mais flexibilidade, passei a apoiar de modo mais objetivo o desejo de crescimento delas. Senti também o quanto era e é importante vivenciar minhas próprias emoções, ser mais afetivo comigo e com os que estão à minha volta.
Portanto, ao valorizar a autenticidade você adquire respeito por si mesmo sem, contudo, deixar de respeitar aos outros. Para avalizar esta afirmação cito mais uma vez Nathaniel Branden que diz o seguinte: “As pessoas que falam sinceramente apreciam a sinceridade daqueles com quem convivem; as pessoas que se sentem bem dizendo ‘sim’ quando querem dizer ‘sim’ e ‘não’ quando querem dizer ‘não’, respeitam o direito dos outros de fazer o mesmo”.
Como disse no primeiro artigo desta série, optar pela autenticidade é uma atitude que só você pode fazer por si próprio, é uma ação que requer coragem e vontade de mudar. E a dádiva obtida é uma vida mais leve, harmoniosa e feliz. Pensando nisso, pergunte a si mesmo, por exemplo: como seria a sua vida se você fosse mais autêntico? Como ela seria se você dissesse “sim” quando quer dizer “sim”, se dissesse “não” quando quer dizer “não”? Se possível anote suas respostas e reflita sobre elas.