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Coluna | BRASILzão
Fábio Brito
fabiobritocritica@gmail.com
O editor e jornalista Fábio Brito é responsável pela edição e publicação de centenas de títulos voltados às realidades do Brasil. Durante anos esteve à frente de selos editoriais importantes e renomados e no presente momento impulsiona, através de consultorias específicas nas áreas editorial e cultural, os selos Bela Vista Cultural e FabioAvilaArtes. A coluna Brasilzão, inicialmente através do Jornal Correio do Sul, de Varginha, foi iniciada em 11 de julho de 2004 e tem contado com a importante parceria do Varginha Online na disponibilização de vivências de Fábio Brito por todo o Território Nacional e por países por onde perambula em suas andanças.
 
Triste São Paulo: Alegre Grafite
10/10/2019
 
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A cidade de São Paulo destrói constantemente o seu patrimônio arquitetônico e histórico-cultural e tudo nesta cidade é fugaz, efêmero e sem consistência.

As edificações arquitetônicas que seriam o testemunho de mais de quatro décadas vividas na capital paulista e brasileira, têm sido sistematicamente destruídas ou abandonadas, pois o Ser Paulistano não existe.

A população desta Metrópole, além de inculta, analfabeta funcional e medíocre, convive mal com tudo que se refere a seu passado; a sua cultura cultura, ou mesmo educação formal, que seria indispensável para que o paulistano compreendesse a importância do desenvolvimento da Cidade nos últimos 465 anos.

O aniversário de São Paulo, quando a capital deveria estar comemorando 465 razões para amar a si própria, 465 ações para melhorar o cotidiano dos habitantes da pujante metrópole, e outros dados importantes de conscientização de apreço a obras de arte em logradouros públicos, a preservação de fachadas e edificações testemunho em diferentes momentos da construção da vida da Capital Paulista, nada disso é levado em consideração e convivemos diariamente com pessoas estressadas, agressivas, arrogantes e sobretudo alheias ao bem-estar do próximo em sua terra.

Ou seja, em São Paulo tudo aparece e, sistematicamente, desaparece em seguida.

O melhor exemplo do efêmero em São Paulo se traduz pela arte mural, pelo grafite e também pelo que agora chamamos de art street, ou seja,  jovens artistas manifestam a sua competência no veio artístico cultural e deixam o seu curto legado em paredes, muros, empenas, portas ou janelas e cantinhos onde, de forma sutil e generosa, transformam a sua inspiração e o seu sonho em caráter artístico classificado como ''graffiti'' e que colorem, embora de maneira fugaz, ambientes da Capital que muitas vezes seriam insuportáveis se não tivéssemos as expressões destes anônimos artistas que sorrateiramente passam noites e madrugadas colorindo superfícies negras das paredes, as quais estariam invisíveis a olho nu se não tivessem estas espetaculares ousadias que transformam São Paulo na Capital Mundial do Grafite.

Os grafiteiros de São Paulo, através da arte de rua, expressam a sua liberdade em manifestações saudáveis, as quais contêm, muitas vezes, fortes mensagens de apelo para que o indivíduo, comum mortal das ruas, enxergue o mundo que o rodeia.

Os temas utilizados são bem diversos, porém o cunho social das mensagens é gritante, explicitamente gritante: a solidão, a miséria, o desatino, a injustiça, e até mesmo os olhares carinhosos de muitos dos personagens que parecem mirar fixamente o transeunte obcecado por sua vida, pelo seu cotidiano e pelas suas ''contas a pagar''.

O que seria desta destruída cidade se não houvesse os grafiteiros? A resposta, aparentemente óbvia, é que São Paulo estaria altamente depressiva se não houvesse a presença destes espetaculares seres livres, ousados e anônimos, que sabem que sua arte é efêmera e não durará mais do que alguns meses pelas ruas, paredes e muros paulistanos.
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