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Coluna | Viver Consciente
Willes S. Geaquinto
willesterapeuta@bol.com.br
Psicoterapeuta Holístico, Consultor e Palestrante Motivacional, Escritor - Autor dos livros "Cidadania, O Direito de Ser Feliz” e Autoestima – Afetividade e Transformação Existencial

Interatividade: Os textos desta coluna expressam apenas a opinião do autor sobre os assuntos tratados, caso o leitor discorde de algum ponto ou, até mesmo, queira propor algum tema para futura reflexão, fique a vontade para comentar ou fazer a sua sugestão.

Site: www.viverconsciente.com.br
 
O bode, ora o bode!
13/05/2020
 

Conta uma parábola que certa vez um homem estava muito insatisfeito em sua casa. Reclamava de tudo, dos filhos, da mulher, do cachorro, enfim, nada o agradava. Segundo ele a sua vida estava um verdadeiro inferno. Então, ao saber que um sábio passava pela cidade resolveu procura-lo para uma consulta. “Quem sabe ele tem uma solução para o meu problema”, ia pensando pelo caminho. Depois de ouvir as lamentações do homem, o sábio o aconselhou: “vai, compra um bode e põe na tua casa”. 

Mesmo estranhando tal conselho ele comprou o bode e colocou em sua casa. Passados alguns dias, o homem, já não aguentando mais a desordem que o bode aprontou na sua moradia, voltou a consultar o sábio. E este, após ouvir as reclamações sobre o animal, disse para o homem: “vai e tira o bode da tua casa”. Obediente, ele foi e livrou-se do bode. E após alguns dias percebeu a harmonia que reinava em sua casa; até o relacionamento com a mulher e os filhos estava muito mais tranquilo. 

Pois é, você já percebeu que, às vezes, sua vida é assim como a do homem da parábola? Que você vive reclamando o tempo todo de tudo e de todos, que nada o satisfaz? Que culpa a tudo e a todos pela sua infelicidade, pelo seu insucesso e por tudo quanto possa acontecer? Que você age como se fosse sempre vítima de todos os infortúnios, como se sua vida nem lhe pertencesse, tamanho o poder que você delega aos outros sobre ela? Que, mesmo que você não admita, vive a representar o papel de coitado, como se a sua vida não fosse da sua responsabilidade?

Embora isto não lhe sirva de consolo, saiba que assim como você existem muitas outras pessoas viciadas em culpar os outros pelos seus problemas e fracassos, como se a solução de tudo estivesse sempre vinculada a ações alheias e externas; como se a responsabilidade pelas suas vidas fosse dos outros e não sua, como se os outros tivessem a obrigação de lhe agradar o tempo todo. Como se os outros... Ah! Deixa pra lá. É claro que a vida não é assim, não é mesmo? Cada um tem que ser responsável pelas suas próprias conquistas, pelo seu próprio bem-estar. Somente pessoas sem autoestima responsabilizam os outros pelo seu destino; confiam que é mais fácil arranjar culpados pelos seus atos do que ter humildade para aprender com seus desacertos. 

Enfim, é bom estar atento para valorizar o que é positivo e bom em sua existência. Seja mais tolerante consigo mesmo e com os outros, para que não necessite amargar a dor para valorizar o prazer, ou acumular derrotas para alcançar o sucesso. É essencial a compreensão de que a vida é repleta de possibilidades e que você é o agente potencialmente capaz de realizá-las. Competência e perseverança são atributos que você pode adquirir e desenvolver. De certo modo, é melhor isso, do que colocar um bode em sua vida, não é mesmo?

 
 
 
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