A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) sediará, na próxima terça-feira (18/11), uma audiência pública para debater a preservação do planalto vulcânico de Poços de Caldas diante da ameaça de mineração predatória. A reunião será realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a partir das 10 horas, no Auditório da Assembleia.
O planalto vulcânico é uma estrutura geológica notável, com cerca de 750km², formada por uma vasta depressão circular resultante de um vulcão extinto há aproximadamente 80 milhões de anos. Devido à sua formação peculiar, o solo é rico em recursos minerais, em especial as chamadas "terras raras".
Terras raras são um grupo de 17 elementos químicos essenciais para a tecnologia e o setor energético, cuja extração em sua forma pura é notoriamente difícil.
A recente descoberta de uma grande jazida desses materiais na região do planalto vulcânico despertou o interesse de dezenas de empresas mineradoras. Segundo reportagem do G1, mais de 100 pedidos de exploração já foram registrados junto à Agência Nacional de Mineração (ANM).
A audiência pública tem o objetivo de debater os impactos socioambientais e socioeconômicos da mineração de terras raras na região, considerando os potenciais riscos ao meio ambiente e às comunidades locais. O debate foi solicitado pelas deputadas Bella Gonçalves (Psol), Beatriz Cerqueira (PT) e pelo deputado Leleco Pimentel (PT).
Estão confirmadas as presenças de representantes de órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Grupo de Estudos e Pesquisas Socioambientais (Getsa) da UFOP e organizações não-governamentais. Membros do Governo do Estado, do Ministério Público de Minas Gerais, do Ministério Público Federal e de autoridades municipais de Poços de Caldas e cidades vizinhas, como Andradas, Águas da Prata e Caldas, também foram convidados.
