Como nada acontece por acaso, essa espécie de tabu que foi colocado sobre esses dois assuntos principalmente, obedece a uma lógica de poder engendrada pelas chamadas “elites dominantes”, já que, para elas a maioria do povo deveria apenas ater-se à sua insignificância e conformar-se em obedecer aos dogmas religiosos e a idéias oriundas de uma classe política considerada superior. Pensar, nem pensar! Na cartilha dessa pseudo-elite o povo não pensa, obedece! E mais, se você cidadão consciente informar-se e refletir sobre isso, com certeza entenderá, por exemplo, porque uma boa parte de setores da classe média para cima e outros mais burgueses abastados e retrógados, não aceitam até hoje o fato de termos um presidente como Excelentíssimo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que não faz parte dessa confraria.
Talvez por não termos desenvolvido a cultura de discutirmos ou debatermos política em alto nível como deveríamos fazê-lo sempre, é que exista, em todos os partidos, um número elevado de políticos corruptos e mal intencionados a permear a vida institucional brasileira. Da mesma forma é por isso também que boa parte dos eleitores vive a servir de massa de manipulação quando pessoas ardilosas resolvem misturar a crença religiosa a interesses eleitoreiros.
Nos países desenvolvidos, na Europa ou no continente americano, não há tema que não possa ser discutido pela sociedade, e o resultado é que os indivíduos evoluem e desenvolvem suas capacidades racionais com maior esmero, ao mesmo tempo em que aprimoram seu senso crítico. Fato este que também contribui para que a sociedade em geral seja mais reativa e assertiva em suas decisões, além de servir de estímulo para que a sua população tenha maior consciência da sua cidadania e, conseqüentemente, dos seus direitos e responsabilidades. Portanto, não há porque permanecermos deixando que tabus ou dogmas ultrapassados impeçam que no Brasil, nós não possamos debater todos os temas relevantes que têm a ver com a nossa própria vida e o universo à nossa volta. Dificilmente evoluiremos enquanto nação livre, se não tivermos o direito do livre pensar.
Democracia não se constrói querendo que todos tenham um pensamento único, pois, ela se faz, se fortalece e se consolida pela pluralidade de idéias, pela harmonização e convivência dos desiguais. No mais, parafraseando Raul Seixas, Todos, se quisermos, podemos “tomar banho de chapéu, esperar Papai Noel ou discutir Carlos Gardel”, e, até mesmo, discutir política, religião, espiritualidade, democracia, desenvolvimento sustentável e futebol, entre outras coisas. Basta de manipulação e alienação. “É proibido proibir!”
Até Breve
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