A realidade de hoje exige que os detentores de cargos públicos eleitos assim como os indicados por eles tenham competência comprovada no setor que vão atuar, que possuam visão mais abrangente de todas as atividades de sua área em relação ao meio ambiente. Por exemplo, um secretário de obras e serviços urbanos não pode ser visto apenas como um chefe de obras, ele deve ter a compreensão de que muitas das atividades da sua área interferem no meio ambiente, saber dos impactos que elas possam causar e agir preventivamente; o Secretário de Planejamento tem que possuir conhecimento comprovado sobre desenvolvimento sustentável; o Secretário de Agricultura deve definir uma política agrícola que também seja sustentável, etc. Em síntese, é chegada a hora de exigirmos mais conteúdo dos políticos, sejam eles candidatos a que cargo for. E que não seja apenas discurso, que haja realmente um plano de propostas apresentado à comunidade, que junto com a sua candidatura seja registrado esse plano para que o eleitor tenha instrumentos para cobrá-lo caso seja eleito.
Já faz tempo venho afirmando que a maior deficiência do ser humano é a ignorância, seja a ignorância por não saber ou por ignorar o saber, sendo que esta ultima tem se mostrado mais destrutiva em todas as áreas da convivência humana. Na presente abordagem é esta ignorância que esta na base do analfabetismo ambiental, alimentada pelo egoísmo e a ganância, pelo lucro a qualquer custo, mesmo que esse custo seja a vida nas suas mais diferentes formas. Pode ser que alguns até achem que um pouco mais de agrotóxico aqui ou acolá, por exemplo, não façam mal a ninguém. Ocorre que isso não é verdadeiro já que não é preciso matar toda a vida para ter sido mortal ao meio ambiente, basta que se mate um pouco. O mesmo pode-se dizer das queimadas, do lixo dispensado em lugares inadequados, e de outras tantas ações predatórias e poluentes que acontecem nas cidades.
A vida em comunidade requer de todos nós a colaboração, a interação, não só para tornarmos as nossas relações mais civilizadas, mas, para que aprendamos a respeitar as outras comunidades que vão além da povoação humana. Digo isso porque há tempos já se vem ampliando o leque do entendimento ecológico, até concluirmos que um ecossistema é também uma comunidade marcadamente agrupada em redes de relações. Em sendo assim, precisamos rever urgentemente qual a idéia que temos de comunidade e, ao mesmo tempo, em que patamar de consciência e qualidade se dá as nossas relações. Como de antemão já sabemos às quantas andam as nossas relações humanas, então não há de se estranhar o atual estágio das nossas relações ambientais ou ecológicas. Podemos melhorar? Podemos!
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