Existem momentos que não dá para esquecer, pois, marcam indelevelmente a história da nossa cidade. Estou falando do movimento Acampay Zoo de Varginha, acontecido nos dias 9 e 10 de março, p.p., organizado pelos participantes da Rede dos Amigos dos Animais Confinados no Zoo de Varginha, principalmente através do Facebook, site de rede social na internet. O evento também assinalou no tempo a união de cidadãos de todas as idades que se mobilizaram em prol da luta pelo bem-estar dos animais lá confinados que merecem ser tratados de modo respeitoso e saudável em face das suas diferenças singulares e naturais.
De outro modo, o evento também serviu para tornar claro que muitas vezes o chamado “poder público”, nesse episódio representado pelos detentores do poder político e administrativo da atual gestão municipal, muitas vezes só houve o clamor público quando este se faz presente através da mobilização e da participação comunitária; Quando a comunidade conscientemente organizada ou parte dela recorre aos instrumentos democráticos legais disponíveis, no caso o Ministério Público, para fazer valer as suas justas reivindicações, é quando objetivamente se manifesta a cidadania.
Foi assim também quando, nos anos de 1988 e 1989, uma mobilização de igual porte iniciou uma luta contra o famigerado tiro ao pombo que acontecia nas dependências do Clube Campestre de Varginha desde 1964. Na época a mobilização foi até matéria veiculada no “Fantástico” da Rede Globo, e os danos eram causados tanto aos animais como à flora existente na ilha. E foi esse movimento, que contou com o apoio inestimável do nosso saudoso Sérgio Mário Regina, ambientalista de primeira hora e reconhecido no país, que deu origem a Associação Ecológica Vertente que deu seguimento a pugna recorrendo à justiça até obter o fim do “tiro ao pombo” em nosso município.
A Associação Ecológica Vertente teve como fundadores, entre outros, o professor José Marcelino de Rezende Pinto, o engenheiro agrônomo Malius de Figueiredo, a Vanilda, a Leila bióloga, o Deuzenir Corcetti, o Paulinho, Anita De Marco, Renato Alves, além de outros profissionais liberais, professores, lideres comunitários, artistas, jornalistas, jovens secundaristas, universitários e este escrevinhador. Sendo uma das instituições pioneiras na Região do Sul de Minas a atuar na defesa do meio ambiente, ela participou de inúmeras ações também em nível regional. Várias empresas de Varginha e seu entorno só passaram a tratar os seus dejetos e resíduos sob a ação da Vertente. E foi através dela, por exemplo, que Varginha tem em sua Lei Orgânica preceitos que ainda hoje soam modernos no tocante às questões ambientais tanto em nosso município como mais além.
Enfim, vale lembrar mais uma vez que ações de mobilização comunitária como as já citadas não devem ser apagadas da nossa memória e nem da nossa história, pois, elas nos servem de elementos pedagógicos motivadores para nortear a nossa compreensão e aprendizado da importância do exercício da cidadania. Para compreendermos, essencialmente, que homens, animais e toda a biodiversidade existente formam uma magnífica rede. E quando algum elemento dessa imensa teia da vida é agredido ou desrespeitado, todos, sem exceção, somos atingidos igualmente. Preservar o meio ambiente é preservar a vida por inteiro.
Boa Reflexão e viva consciente.
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