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Coluna | Prosa Caipira & Cia
Sátiro dos Reis
conexaocaipira@bol.com.br
Jornalista e Filósofo caipira formado nas barrancas do Rio Verde, é contador de causo e gosta duma boa pescaria de beira de rio. Jura de pé junto que em vidas passadas já foi violeiro, peão boiadeiro e sanfoneiro nordestino. Atualmente cultiva abobrinhas, e outras sátiras a mais, no terreno fértil do humor descompromissado e da livre imaginação. * Preste atenção: qualquer semelhança com fatos ou pessoas pode não ser mera coincidência, hein!
 
Caipira não é jacu
24/11/2017
 
Recrama, não! Quando a genti sómi é purcausdiquê nóis foi pescá, gostô e ficô. Ocê já pensô si eis criasse uma lavajato aqui pras nossa banda? O que ia tê di genti sumindo nas capoeira e cafezer num tava iscrito, né!

Num sei si oceis já sindagaro pur módiquê o Brasil vai di mar a pió. Cumpadre Irineu tava expricando e disse qui o pobrema num é só dos político sem vergonha que são umas erva daninha du carai, o pobrema também é a tar da ingnorância du eleitô, qui num sabi em quem vota e pra que vota; tem preguiça di prestá atenção nas prosa deles; é muita promessa pá pôca compressa! Si oceis num entenderô nadica di nada, pó priguntá lá no pospiranga.

Já faiz tempo qui o pessoar por aí vive misturando o caipira com o jacu; e óia quieu num tô falando do jacu que é uma ave meisquisita preta ou cinza do papo vermeio. O caipira é um sujeito dosmato, da roça, simprão mais de grande sabidoria; as veiz sabe mais que muito engomadinho letrado.  O jacu, com todo respeito pelas ave, é apelido dado ao sujeito bobão, samongo, que é passado pá trais pelosotro. Por isso qui o compadre Irineu costuma dizê que tem causo de caipira e causo de jacu; causo de caipira é bão, causo di jacu é sacanage.

Quando ieu estudava na escola primária, toda sala di aula tinha pelo menos um jacu; aquele guri que era meio sambanga. As vezes dava briga si ocê chamasse arguém de jacu; si ele num fossi era briga certa. Asturdia compadre Hilário veio com essa di quê tem cabocro quié jacu e num sabe, sei não. Podinté tê argum jacu metido a pavão, mais ieu num mi engano não.

 Mudando de saco pá mala. Asturdia arguém tava falando qui tem uns jacu que vive se achando e que vai disputa eleição pra deputado. Aqui na Vargem Pequena o trem é feidimais da conta, sô! Só pur módiquê elegeram uma veiz um tar di pé di chumbo pra vereador, todo maluco acha qui também pódi. Aí ocê se prigunta como é qui pódi muda arguma coisa si os eleitô também é meio jacu. E ói quisso vale pá todo lugar aqui pás nossa banda tamém.

Ói procê vê! Asturdia apareceu aqui pras banda da Fera Literária de Vargem Pequena, um sujeito vindo lá do Amapá, lançando um livro contando uns causo de ET e coisa e tar. Uai, sô! Nóis já tinha falado quando começamo conta uns causo proceis que tinha uns ET morando na Vargem Pequena, é só oiá nos primero causo. Cumpadi Irineu disse qui o cabocro si inspiro ni nóis. O que ocês acha?

Si oceis gostarô num sei. Ieu gosto muito, manda um imeiu pá nóis ou vai sê nosso amigo nu Feicibuqui, quieu tô indo cumê uma traira da mió qualidadi lá nu Cumpadi Ernestu, ocê já foi? Inda não? Ô coitadu! Cumpadi Irineu é quem diz: “Divagar é qui num si vai a lugar nenhum”. Nóis é bão di filosfia tamém! Larga meu pé narfabeto ambientar! Sô brasileiro, uai!  Quem polui o meiambienti acaba cum a vida da genti. Pópará di poluí, sujão! 
 
 
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