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Coluna | Christiano Villas Boas Psicologia
Christiano Villas Boas
Psicólogo. Escritor (Publicou três livros). Membro da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências. Pós-Graduado em Administração, Pedagogia, Recursos Humanos. Mestrado em Administração. Atuou como professor de Graduação e Pós Graduação em diversas Universidades do Sul de Minas. Atua como Psicólogo (OnLine) e presencial na Clínica Saint Paul de Varginha.
Perfil no Instagram: christianovillasboas
 
Quão sagrado é o útero que cria e o seio que amamenta!
28/07/2023
 
Alguns pouco olham ou reconhecem esse gesto instintivo ou inerente à sobrevivência dos "filhotes" da raça humana. Outros "psicanalisam" quase tudo, outros tantos "viajam na maionese" e erotizam esse gesto sublime de amor incondicional e bondade.

O fato é que o amamentar é um dos gestos de maior doação, desprendimento e amor cabível entre dois seres vivos. A mãe (humana ou não) doa, de bom grado, parte de suas reservas alimentares à sua cria. Junto, vão anticorpos, nutrientes, água, e uma série de ingredientes imprescindíveis ao bebê. Garantia de sobrevivência no seu estado mais primal. Tudo isso transbordando de amor ou instinto materno.

No entanto, o foco dessa reflexão é a consolidação do vínculo, da energia, da conexão, da cumplicidade e a maior demonstração de afeto, zelo e amor de que se tem notícia na natureza. 

Esse vínculo vai se perpetuar para a vida toda ou, quiçá, para a eternidade. Vai ajudar a moldar traços da psiquê, da personalidade e do comportamento. Um gesto simples de acalanto se perpetuando por uma existência. 

Um seio acolhendo uma boquinha, consolidando um vínculo positivo entre duas almas por décadas ou séculos.

Se isso não for suficiente para tocar o nosso coração, consideremos que somente Deus e a mulher (a seu comando) são os únicos seres capazes de gerar vida. 

Reza a lenda templária que o Santo Graal tinha o formato de um útero. De novo, a benção divina sobre o corpo da mulher. O útero é santo, é divino, é sagrado e uma dádiva única do universo. Acolhe, aninha, desenvolve, nutre e devolve uma vida pronta ao universo. Gratuitamente, generosamente, divinamente, graciosamente...

Cuidado há que se ter com a origem, o contexto, a pessoa e a relação de onde provém a semente que fecunda esse útero. Junto com a semente, vem toda uma carga energética e ancestral. Boa. Ruim. Ou simplesmente ocasional, carnal e aleatória.

Após a suprema doação fecunda do útero, o pêndulo do sagrado se desloca para os dadivosos seios que darão prosseguimento ao nutrir, cuidar, amamentar e permitir o crescimento físico, energético, relacional e espiritual.

Abençoadas sejam todas as mães que tiveram essa oportunidade e essa possibilidade. Abençoadas sejam todas as mulheres que assumiram, a abundância de criarem os filhos de outras mães. 

Abençoada seja a vida que, mesmo sob as condições mais inóspitas, insiste em fazer brotar e mostrar a grandiosidade e a magnificência do universo em prover e promover o renascer. Útero divino e cósmico. Seios sagrados e abundantes. 

Prova inconteste de que Deus ainda acredita no ser humano e manifesta seu amor através dos úteros e seios femininos, instrumentos para emanar a luz e o amor materno e celestial.

Que saibamos sentir gratidão e honrar a singeleza desse ato em que Deus e a mulher se fundem para brindar e enaltecer a vida. A mesma vida que um dia nos foi dada por nossos pais, sob as bençãos do Criador e a generosidade de nossas mães.
 
 
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