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Coluna | Fatos e Versões
Rodrigo Silva Fernandes
rodrigogazeta@bol.com.br
Advogado e articulista político do Jornal Gazeta de Varginha. Escreve todas as quartas e sextas.
 
Pesquisas tendenciosas; Dança das cadeiras; Dois pesos e duas medidas
17/01/2020
 

 Varginha entre os cinco municípios mineiros em desenvolvimento Econômico

O Isdel é o índice do Sebrae Minas que sintetiza dados sobre as cinco dimensões responsáveis por promover o desenvolvimento econômico local: Capital Empreendedor, Tecido Empresarial, Governança para o Desenvolvimento, Organização Produtiva e Inserção Competitiva. Com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,778, PIB de R$ 4.609.501, o Sebrae analisou outros 135 indicadores para atribuir a Varginha a nota 0,458, o quinto melhor em Minas. O maior Isdel é Belo Horizonte (0,576). Entre as maiores cidades da região, Pouso Alegre recebeu o índice 0,436, o décimo melhor no estado. Poços de Caldas, com a nota 0,407, ficou classificada pelo Sebrae em 32º. O &iacu te;ndice utiliza 135 indicadores e variáveis de fontes oficiais, divididos nas cinco dimensões do ISDEL – Capital Empreendedor, Tecido Empresarial, Governança para o Desenvolvimento, Organização Produtiva e Inserção Competitiva. Compõem o Isdel, dentre outros, os indicadores: escolaridade, vulnerabilidade social, Índice de Planejamento Urbano, Infraestrutura, Densidade de Empresas, Índice de Transparência, Valor da Exportação, Nota Prova Brasil, Renda Per Cápita, Nível de Informatização. O Sebrae Minas lançou o site Identidades Territoriais ( www. inteligencia-sebraemg. com.br/), que reúne os principais dados territoriais, setoriais e socioeconômicos dos municípios mineiros. O objetivo é oferecer a empreendedores e gestores públicos subsídios para entender a realidade local, as potencialidades e oportunidades de atuação para estimular o desenvolvimento econômico.

Pesquisas tendenciosas

O período pré-eleitoral tem trazido, como sempre foi, o momento de pesquisas “construídas” levantar ou abaixar a possibilidade real de cada um dos candidatos e sonhadores de chegar ao comando da cidade. Na mais recente pesquisa que chegou à Coluna, encomendada por grupos políticos diversos, causou estranheza a “súbita proeminência supostamente dada pelas classes C e D ao perfil exato de um destacado reitor na cidade”, segundo a pesquisa. Embora o reitor seja mesmo um realizador na área educacional, não é fácil acreditar que o “povão” o conheça, saiba quem ele é e o que já realizou por Varginha! Afinal, o homem que hoje ocupa um dos mais “confortáveis e bem remunerados cargos do Sul de Minas” não é de “beber uma no boteco da esquina” e já disse que “teria preferência pelo Legislativo, e não Executivo”, o que sugere uma provável candidatura a deputado e não a prefeito. Será que alguma coisa mudou? Ou estão querendo enfiar o PTB na chapa majoritária governista, matando de vez a possibilidade cada dia mais frágil do PP apoiar o atual vice!

Dança das cadeiras

O problema do governo e oposição para as eleições deste ano é um só: falta espaço! Nos grupos políticos que hoje apoiam Antônio Silva falta espaço na chapa governista. Existe apenas a vaga de prefeito e vice, sem dizer que muitos aceitam apenas a vaga de prefeito, que em tese já estaria reservada para Vérdi Melo. Sendo assim, PTB, PP e aliados disputariam a vaga de vice na chapa governista. Já na oposição, PSD, PT, DEM, PSB entre outros também não abrem mão de lançar candidato a prefeito. Nenhum dos pretensos candidatos “acha que o adversário é melhor preparado, ou admite fraquezas eleitorais”. Correndo por fora, partidos com o MDB, Novo, PSL e outros tem nomes que poderiam disputar, contudo, aguardam as movimentações para definir lado, visto que se não lançarem candidato, tem “vetos e aceitação” com diversos grupos. Diria que nos próximos capítulos das articulações políticas, os dois principais movimentos seriam a definição do vice de Vérdi Melo na situação e a vinda ou não de Geisa Teixeira para as eleições deste ano. Apenas depois de resolvidas estas questões os demais partidos darão seus passos principais. O PP tem chances de formar chapa, tanto com o atual vice, quanto com legendas como MDB e PSB. Já o PT tem chances de união com PSB e também PSD. Enquanto as reuniões políticas avançam pela madrugada, os articuladores (ainda amadores) constroem pesquisas e dossiês na esperança de fortalecerem seus candidatos.

Perguntar não ofende

A recém-criada Caixa de Assistência a Saúde dos Servidores Públicos da Prefeitura de Varginha – CASSERV, oferece proposta para que servidores municipais e dependentes paguem R$ 300 por ano para se internarem no Hospital Regional, que atende pelo SUS?

Quer dizer que a CASSERV vai cobrar dos servidores municipais para atendimentos públicos do SUS no Hospital Regional? Pode isso Ministério Público? O Hospital Regional, atolado em dívidas e mistérios da diretoria, sabe deste “pacote” que está sendo oferecido?

Será que os servidores municipais que pagarem este “pedágio” por um serviço que deve ser público, vão ter alguma regalia ou benefício extra sobre o cidadão comum que sustenta o Regional com seus impostos? Isso é regular e legal Ministério Público?

Os gastos do INPREV para a construção de sua nababesca sede em Varginha já incomodam servidores. Uma das tretas entre o comando do instituto e servidor descontente gerou B.O na Polícia Militar depois da troca de sopapos. Será mesmo?

Próprio veneno!

O último ano desta legislatura a Câmara de Varginha não deve ser a “calmaria de 2019”. Os vereadores passaram por acirrada disputa política para a escolha da mesa diretora da Câmara em 2020, o que ainda deixa “arrestas” entre os edis. Além disso, todos eles vão disputar eleição em 2020, em busca de continuar no Legislativo ou buscar espaço no Executivo municipal. As articulações e conflitos de interesses aumenta com o fechar das chapas que vão disputar em outubro. Os ânimos andam à flor da pele para alguns da casa e o clima deve continuar quente até outubro, quando teremos o resultado das urnas. Até lá, as rodas de conversa e reuniões entre vereadores não terá a “mesma sinceridade e amizade verdadeira” do início do mandato! Os edis devem provar da “mesma falsidade e tapinha nas costas malandro” que distribuem aos eleitores nos períodos eleitorais!

Dois pesos e duas medidas

Após a repercussão nas redes sociais e imprensa local de que a Prefeitura de Varginha iria custear o reabastecimento das piscinas do Varginha Tênis Clube – VTC, (o que pode passar de R$ 25 mil) a Prefeitura emitiu uma nota explicando o fato, visto que é o VTC é uma instituição com administração privada. De acordo com a Prefeitura, o fornecimento de água para o reabastecimento das piscinas do Varginha Tênis Clube – VTC, se dará em razão da realização de uma competição desportiva militar denominada MAREXAER, que envolve Escolas de Formação de Sargentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e conta com 9 modalidades de esporte, dentre elas a natação. A competição está sendo organizada pela Escola de Sargentos das Armas e ocorrerá no período de 12 a 18 de setembro e exige medidas oficias olímpicas. Em Varginha o único clube que atende as exigências da competição é o VTC, cujas piscinas olímpica e semiolímpica estão praticamente vazias, sendo necessário seu reabastecimento para que possa viabilizar a competição bem como os treinamentos dos atletas. A Prefeitura ressalta que o reabastecimento das piscinas ocorrerá uma única vez, e será realizado até maio de 2020, quando os atletas de natação da Escola de Sargentos das Armas - ESA iniciarão os treinamentos. Ainda segundo a Prefeitura, a MAREXAER fomentará o turismo, o esporte e o lazer, resultando em renda para o município. A Prefeitura também esclarece que o projeto foi devidamente aprovado pela Câmara de Vereadores.

Dois pesos e duas medidas -  02

A Prefeitura de Varginha usa de dois pesos e duas medidas quando usa recursos públicos para investir numa instituição particular com a desculpa de “favorecer o Turismo”. Vale destacar que a terceira instituição envolvida, a Escola de Sargento das Armas – ESA, sediada em Três Corações, é ligada às Forças Armadas e possui recursos próprios para investir (ainda mais agora com um presidente da República oriundo do Exército) não sendo razão para que o município destine recursos para tal apoio, sem qualquer contrapartida ou garantia de nenhuma das outras partes! Também é importante destacar que não se tem projeto nenhum sobre o impacto turístico deste evento da ESA em Varginha e possivelmente os participantes do evento devem ficar hospedados nas instalações da ESA, em Três Corações e não em hoteis de Varginha, o que por si só já desmonta a desculpa dada pela Prefeitura de Varginha para aportar recursos públicos em favor da ESA e do VTC. Se deseja bajular o Exército, como já faz pagando aluguel residencial para o chefe do Tiro de Guerra em Varginha, a Prefeitura deveria ser mais clara e enfrentar os desgastes. Mesmo porque, quando o Clube Olímpico Rio Verde enfrentou dificuldades financeiras e deixou milhares de varginhenses na mão, a Prefeitura de Varginha “não aportou recursos públicos em prol do Turismo local”. Também quando a tradicional Feira da Paz acabou por falta de apoio da Prefeitura de Varginha, não se viu aporte de recursos públicos para salvar um evento genuinamente local e de apoio ao Turismo e ao filantropismo, visto que os recursos da Feira da Paz contribuíam com entidades sociais da cidade, ainda assim, a Prefeitura de Varginha não investiu e deixou o evento morrer! Também vale recordar que outros eventos como a Intercofee (feira internacional de café precursora da Expocafé de Três Pontas), também morreu por falta de apoio público! Então, não se mantém de pé a desculpa esfarrapada da Prefeitura de Varginha para, agora, subitamente, colocar dinheiro público do cidadão de Varginha num clube particular, para realizar um evento estranho a cidade, promovido por uma instituição de Três Corações e que possui recursos próprios para fazer seus investimentos. Melhor a assessoria de imprensa e política do Executivo municipal melhorar seu repertório de desculpas para enfrentar o período eleitoral se não quiser passar mais vergonha nas próximas lambanças! Fica a dica!

Engordando o cofre, sem planejar o futuro

O cidadão de Varginha começa a ser “sangrado” no pagamento do IPVA neste mês de janeiro. Milhares de veículos emplacadas na cidade vão pagar o imposto estadual e boa parte deste recurso volta ao município, que não possui projeto específico para utilização deste dinheiro. Ou seja, seu imposto do IPVA que, em tese e por justiça, deveria ser reinvestido para melhoria das vias públicas, melhoria e segurança do trânsito, na prática, vai para o caixa único do município de Varginha e transforma-se em pagamento de salários e horas extras ao funcionalismo! A máquina pública fazendo apenas para se manter e não para o desenvolvimento das áreas em que atua! Desnecessário dizer que Varginha precisa, mais que asfalto novo, um planejamento viário e urbano urgente! As entradas da cidade a partir da avenida Dr. Módena e Almirante Barroso são confusas aos motoristas e a saída para BH e SP é um mistério para quem está no centro de Varginha e antes utilizava as avenidas Francisco Navarra e Princesa do Sul. Qual o resultado disso tudo? Os milhões que a Prefeitura de Varginha pegou emprestado para simplesmente asfaltar vias vai apenas consolidar o projeto viário provinciano que hoje permite “uma carroça subindo e outra descendo” e não modernizar o traçado viário de Varginha.

Peixinhos e Peixões

Não se sabe ao certo o valor total e nem mesmo discriminado por servidor ou vereador, mas o fato é que não existe controle ou critério técnico para a liberação de horas extras e diárias na Câmara de Varginha. A mesa diretora do Legislativo, na pessoa da presidente, é quem tem o poder de liberar horas extras e diárias, que podem ser seguidas e sem limite de número, aos servidores e edis. O que leva a questionamentos, quanto a diárias de viagens do assessor jurídico da casa, bem como a liberação “facilitada” de diárias de vereadores “amigos” do comando da mesa, sem falar nas horas extras sem fiscalização ou critério! Será que o Legislativo de Varginha resistiria a um pente fino dos últimos anos nesta “caixa preta”?

 
 
 
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